quarta-feira, 3 de novembro de 2010

O Botox e a Umbanda por Daniela Lopes

Recentemente, econtrei uma amiga que tornou-se adepta do Botox. Acho que tudo começou com uma vontade de dar uma "esticadinha" aqui e ali, parecer mais jovem e com isso, sentir-se mais bonita.
Lembro-me quando ela fez a primeira plástica. Depois de ficar um tempo roxa e sentindo dores horrorosas, indiscutivelmente, o resultado foi ótimo! Nada muito artificial, deu uma renovada no visual, uma leveza. Arrumou a barrriga de quem pariu 3 filhos, ficou linda.
Não tenho nada contra plásticas ou o que o valha. Não mesmo! Sou até a favor.... Mas, em algum momento, essa amiga perdeu a referência. E é isso que me assusta.
As pessoas perdem a referência de "eu", perdem mesmo a identidade. É uma busca constante e desesperada por uma beleza que é traduzida pela ausência de rugas, de marcas de expressão, de.... expressão, diria eu. É um tornar-se tão igual.... mesmo nariz, mesma cor de cabelo, mesmas roupas, mesmo manequim, mesma boca, mesmo formato de olhos e peitos enormes. Ninguém mais quer ser dono de um nariz só seu. Todos querem o narizinho do Brad Pitt....
MAs, o que tem isso a ver com a Umbanda???Tudo.
Há um mês casei numa cerimônia Umbandista, linda, que comeveu e que converteu muitos ateus (hehehe), celebrada pelo Babá Alexandre. Não encontrei ainda a inspiração certa para falar com propriedade sobre suas palavras naquele dia, mas logo mais....
Alguns amigos deixaram de ir porque seria uma cerimônia umbandista e ou eram evangélicos, ou a namorada/o era evangéligo, testemunha de Jeová, sei lá...
É o Botox da religião. Algumas congregações são tão fundamentalistas que "botocaram" seus fiéis e tentam impor esse botox a todos nós. Quem não segue essa ou aquela crença está errado e exilado do "reino dos céus". Uma amiga evangélica, sempre que pode, me diz que eu preciso aceitar Jesus e seguir seus passos. A pobre vive preocupada com meu triste fim no fogo do inferno.
Antes isso me irritava. Hoje, provoca certa dó....
Eu, ainda bem!, sou UMBANDISTA.
Fui ao noivado de uns amigos na ingreja deles há alguns meses. Achei lindo. Sábado que vem, irei ao casamento do meu primo, numa igreja evangélica. E não vou, como nunca fiz, no final da cerimônia, tentar converter alguém.
Sabe por quê? Por que minha religião me ensina, todos os dias, que Deus está em todos os lugares, seja ele chamado de Alá, Buda, Olorum ou o qualquer outro nome. Ensina a absorver a beleza e a sbedoria de qualquer ensinamento, vindo de onde vier. Ensina a ter ouvidos atentos e a mente critica, para separar o jioi do trigo, o que serve do que não serve.
A minha religião, a nossa Umbanda, preza o belo e o novo, sim, mas valoriza e respeita cada ruga que conta uma história da nossa vida, cada segundo de conquistas e derrotas da nossa alma e entende que o amor, a fé e a vida estão em todos os lugares, principalmente, nas diferenças.
A minha religião não quer que sejamos todos iguais. Reza, apenas, para que sejamos, todos, felizes e plenos, porque assim é que faremos um mundo de paz e harmonia.

Beijos

Dani Lopes

Um comentário:

  1. Olá, irmã!

    ...E afinal, são Sete Linhas com infinitos entrecruzamentos entre si formando INDIVÍDUOS, cada um tão interessante quanto os outros, não é mesmo?
    Boa reflexão, gostei!

    Beijos.

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